Os cabelos, assim como a pele, são um dos nossos principais cartões de visita. Compridos, curtos, lisos, cacheados, bastou ficarem sem brilho para sentirmos falta dos elogios e olhares que massageiam o ego feminino.
Mas, não tem jeito,
as madeixas costumam ser tão temperamentais quanto nós: hoje amanhecem
perfeitas, amanhã estão oleosas ou secas, de repente aparecem pontas duplas e –
Deus nos livre! – caspa e outras complicações. Por isso, é bom ficar atenta a
certos sinais para detectar se seus fios estão ou não precisando de cuidados
especiais.
CICLO DO CABELO
Como tudo no
nosso organismo, os cabelos também têm um ciclo. São três fases de
desenvolvimento:
- crescimento (anágena),
- repouso (catágena)
- queda (telógena).
Com
isso, uma verdade nua e crua: cabelos caem, sim, faz parte. No entanto, existem
limites – o normal é perder de 50 a 150 fios por dia. Mas você não precisa
ficar paranóica contando fio por fio no travesseiro, na escova, no chão. Você
sentirá se os fios não estiverem sendo repostos naturalmente e, aí sim, tem de
fato um motivo para se preocupar.
Os melhores tratamentos para cabelos
são os que pegam o problema no início, eliminando sua causa.
Se preferir tirar a prova, um teste
elaborado pela Sociedade
Brasileira de Medicina Estética (SBME), que pode ser feito em casa, diz
se a queda é ou não preocupante: basta segurar um chumaço de 50 ou 60 fios de
cabelo com o indicador e o polegar e puxar os cabelos levemente, sem causar
dor. Veja quantos fios se soltam e confira o resultado: um ou dois fios,
cabelos saudáveis; entre três e cinco fios, melhor ficar atenta; seis fios ou
mais, está na hora de procurar um dermatologista. Contudo, respire aliviada,
porque alguns tipos de queda são até bastante comuns e fáceis de serem
driblados.
QUEDA DO CABELO
O mais comum
é o eflúvio telógeno.
Trata-se da queda intensa de cabelos relacionada ao estresse, ao uso de
determinados medicamentos como anticoncepcionais, ao pós-parto, aos
pós-operatórios, à anemia e a outras doenças. Químicas no cabelo e dietas de
emagrecimento também podem levar à intensa queda dos fios se não forem
acompanhadas de perto por um nutricionista. A deficiência de minerais, por
exemplo, é um forte agravante do eflúvio telógeno.
O importante é que a mulher
preocupada com a queda de cabelos e que, além disso, apresente histórico de
queda na família, deve procurar um especialista para evitar o avanço do
problema. O segredo está em cortar o mal pela raiz. "Os melhores
tratamentos para cabelos são os que pegam o problema no início, eliminando sua
causa", revela o dermatologista Ademir Leite Jr., da Clínica de
Dermatologia e Medicina Capilar Dr. Ademir Júnior, em São Paulo. "Para
obter um diagnóstico minucioso, podemos fazer exames com microcâmeras e até
mesmo biópsia", afirma Cid Sabbag, diretor do Centro Brasileiro de
Psoríase (CBP).
O eflúvio
telógeno, portanto, é transitório, desde que se elimine a causa (doenças,
estresse, etc). O bom é que, segundo Ademir Jr., a recuperação do eflúvio pode
ser acelerada com o uso de produtos tópicos e de suplementos nutricionais. Uma
opção pode ser o laser. Apesar de ligado ao fim dos pêlos, em determinada
intensidade ele tem o efeito inverso, estimulando o aparecimento deles. O
tratamento ideal depende da consulta com o dermatologista e pode ser demorado.
"A resposta às medidas terapêuticas somente serão vistas após alguns meses
de tratamento, já que o fio de cabelo cresce cerca de 1 cm por mês",
esclarece a dermatologista Ana Beatriz Schmidt, membro do Instituto de Pesquisa
e Tratamento do Cabelo e da Pele (IPTCP), em São Paulo.